Um longo dia

31 de maio de 2007 2 Por Renato

Leandro e JoãoO relato a seguir é do João e do Leandro, um visitante deste blog que concordou em compartilhar sua aventura com todos os leitores. Vejam só o fôlego da dupla: eles saíram de Curitiba em direção a Joinville, passando por Matinhos, Caiobá, Guaratuba, Itapoá, Vila da Glória e Joinville, de onde pegaram um ônibus de volta para Curitiba, tudo isto em um único dia.

Nosso dia começou as 05:00 no estação. De onde saímos eu, (Leandro) e o João, em direção do Jardim Botânico onde entramos na BR277.

Pista escura, asfalto molhado e um pequeno movimento de caminhões. Assim chegamos no pedágio ainda noite.

foto 1

Parada rápida pra dois cafés (que estava bom demais) e seguimos rumo a serra. Chegamos no início da descida pouco tempo depois…

foto 2

Agora com o dia claro, o asfalto meio molhado meio seco e um transito de caminhões considerável.

Descemos direto, sem paradas. Podamos caminhões pelo acostamento e uma vez pela faixa da esquerda devido a falta de acostamento em alguns trechos. Tivemos picos de 66km/h.

Ao fim da serra parada rápida em um posto para tomar um chocomilk, e assim seguimos direto até o posto na entrada da rodovia Alexandra-Matinhos…

foto 3

Agora sim, eu tomei um gatorade e comi uma esfiha de carne, e o João um pão com presunto e queijo. Reabastecidos partimos seguindo agora pela Alexandra-Matinhos.

Que tristeza, além de retas intermináveis, mais sobe do que desce. Pra quem viaja de carro a impressão que se tem é que a pista é plana do começo ao fim. Mas não é, e cansa pacas…

foto 4

Entramos nela as 09:00 e saímos as 10:20 quando chegamos em Matinhos. Foram 35km estressantes. Mas enfim, chegamos até a civilização e por fim, o mar.

foto 5

Praia deserta, com exceção de alguns surfistas no mar. E assim seguimos para Caiobá onde faríamos uma parada em casa, porém minha mãe me deu a chave errada e não conseguimos entrar em casa, mas não faz mal, não estávamos cansados mesmo…

Já que não deu pra entrar em casa o jeito foi seguir pra Guaratuba.

foto 6

Nessa região a estrada fica super estreita e não tem acostamento. Mas em compensação o visual é bacana. Tivemos sorte por encontrar o ferry-boat nos esperando pra partir, foi chegar e ele saiu…

foto 7

Chegamos em Guaratuba e paramos pra almoçar as 11:30 em um restaurante na avenida principal. Comi como um doido, estava com muita fome. Após o almoço caminhamos um pouco pra ajudar a digestão e paramos na praia central pra descansar…

foto 8

Ficamos por ali até 13:00 e seguimos para Itapoá. No caminho uma placa indicando ” Coroados-Barra do Saí” pensamos em como isso diminuiria a distância. Porém era Barra do Saí do Paraná e não tinha ligação com Barra do Saí de SC. Então continuamos pela estrada que liga Guaratuba a Garuva até chegarmos no posto policial por onde entramos em direção a Itapoá.

Mais uma estrada longa e chata, retas intermináveis a cada curva. E dessa forma, após muitos kms chegamos no mar novamente, agora a praia deserta pra valer…

foto 9

Seguimos pela areia mesmo, passamos por vários siris em seus buracos na areia e infelizmente por várias saídas de esgoto que acabam diretamente no mar. Foi um trecho longo até que após muito tempo pedalando chegamos em Itapema do Norte. Parada rápida pra um lanche, na verdade o João lanchou, eu só tomei um suco e comprei um chocomilk para mais tarde (tinha almoçado demais lembra)…

foto 10

Nessa altura tivemos que seguir pela estrada pois a praia tinha trechos que não podíamos passar… Daqui em diante foi o trecho mais cansativo, a estrada tinha pequenos trechos de asfalto, pequenos trechos de paralelepipedo totalmente esburacado, e um enorme trecho de BURACO com estrada… Mas mesmo assim em alguns trechos era possível chegar ao mar e bater fotos, pois o lugar é fantástico…

foto 11

foto 13

Nesta última foto estávamos em um trapiche em uma vila de pescadores após Itapoá (Pontal da Figueira), neste ponto começaríamos a nos afastar do mar por aquele mesmo BURACO com estrada.

BURACO com estrada porque era um areião misturado com atoleiro com costelas de vaca a cada 10 centímetros, e como choveu muito nos últimos dias, a estrada parecia um plástico bolha virado no avesso.

Muitos buracos depois, chegamos em uma placa que dizia “ponte interditada”. Mas como assim ponte interditada? Teríamos de voltar tudo que havíamos feito? Pedimos informação em uma das casinhas da região e nos informaram que bicicleta passava, que alivio. Seguimos e passamos pela ponte, na verdade a ponte não existia mais, apenas uns troncos com umas tábuas pro povo passar. E assim continuamos, a estrada deu uma melhorada, e até mereceu uma foto…

foto 15

Logo após uma placa indicando o ferry-boat, pensamos estar perto dele. Puro engano, a estrada ficou muito pior que o pior trecho anterior, com areia segurando a bicicleta, buracos e mais buracos…. Já estávamos um bom tempo pedalando assim, já estávamos sem água e o sol querendo se despedir. A preocupação começou a aparecer, em um trecho tinha caminhões parados esperando um trator arrumar a estrada para poderem seguir adiante, e o tempo passando mais rápido do que nunca. Pro nosso alivio as primeiras casinhas da Vila da Glória começaram a surgir, e por fim o tão desejado e esperado mercadinho.

Parada obrigatória pra água, suco, iogurte, refrigerante e informações de distância com o tio do mercadinho. Segundo ele, faltavam ainda 14 km de estrada ruim até a balsa, que animador. Pedalamos mais um pouco e chegamos no trapiche às 17:30, lugar bonito junto ao mar na baia da Babitonga. Foto no gigante trapiche…

foto 16

Como já era noite fomos embora logo, e a estrada continuou, mas agora com subidas mais fortes, no meio da escuridão, apenas com os faróis da bicicleta a diversão deu lugar a preocupação e ao stress. Em uma altura uma placa dizia “Ferryboat a 3000 m”. Foram os piores 3000 m que já pedalei na minha vida, mas passaram e chegamos pela escuridão na balsa, havia apenas um caminhão e uma moto no local esperando pela balsa, em seguida chegou outro caminhão e depois a balsa.

Chegamos nesse local as 19:00, a balsa as 19:15, e por fim, chegamos em Joinville na praia do Vigorelli as 19:30.

Pra nossa sorte, conseguimos carona com um caminhão que estava na balsa. Quando digo sorte é SORTE mesmo, a estrada até o centro de Joinville estava pior do que tudo que passamos antes e também muito escuro. O caminhão sofria pra passar por ela, imaginamos nós com as bikes. Mas por fim chegamos na rodoviária as 20:00. Passamos na (Empresa) Catarinense e compramos passagem pro ônibus das 20:11 que já estava saindo, ou seja, tivemos que sair correndo como doidos pela rodoviária pra pegar o ônibus, que saiu logo após embarcarmos.

Foram duas horas de viagem até Curitiba. Cheguei em casa as 22:23 congelando de frio.
E assim acabou nossa viagem.

Números:

Saída de casa: 04:45 h
Retorno em casa: 22:23 h
Total pedalado: 213.73 km
Horas pedalando: 10:36 h
Média de 20.35 km/h

Problemas com a bike: nenhum, apenas parada pra lubrificar a corrente.

Custos:
Ferryboat Guaratuba: R$0,00
Ferryboat Joinville: R$2,00
Ônibus de volta + taxa da bike: R$20,75
Almoço em Guaratuba: R$15,50
Gastos com lanches pelo caminho: +- R$15,00

Prós:
– Visual
– Clima

Contras:
– Muitos km
– Trechos esburacados e pesados

Consideração final:
“VALE MUITO A PENA!”

Leandro

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