Guaraqueçaba 2

24 de julho de 2008 18 Por Renato

Domingo que passou (20/07/2008 ) fizemos um pedal épico, uma centúria, ou seja um pedal com mais de 100 km. Os americanos chamam de century ride e no caso deles são 100 milhas (100 mi = 160,9344 km). No meu caso foram 165,5 km. Nada mau! Por falta de tradução o termo centúria acabou de ser inventado, apesar do termo existir no espanhol 😉

Saímos de São José em quatro cavaleiros: Henrique, Rogério, Antonio e eu. Pontualmente às 5:30 da manhã de um dia limpo, sem neblina ou nuvens, com pouco frio, uns 10 °C. Pegamos a av. Rui Barbosa e fomos em direção à BR-277 com a primeira parada prevista quando o ciclocomputador marcasse 40 km, o que seria, exatamente, a entrada da estrada do Anhaia. O resto do pessoal iria de van até a entrada da estrada para Guaraqueçaba, como são de costume os passeios da Bike Shop.

Foi um bom pedal, pouco movimento na rodovia, o farol novo, recém comprado, mostrava toda a sua eficiência: HL-EL520. Este pequeno farol, mais indicado para o uso urbano, tem 1200 candelas de intensidade luminosa e 240 horas de duração para as quatro baterias AA. O pessoal apelidou-o de xenon!

Chegamos à segunda parada, a estrada de chão com média de 28 km/h, mas descemos o Anhaia beeeem devagar.

Faltam só oitenta km!

Faltam só oitenta km!

A partir daqui seriam mais oitenta e poucos quilômetros e uma estrada de chão já famosa por suas péssimas condições. Desta vez haviam até passado a máquina, revolvendo todas as pedras. E olha que são muitas! Este mês de julho quase não choveu, o que deixou as estradas todas cobertas de pó. A exceção ficou por conta da neblina que havia na região e onde a estrada era coberta por árvores o chão estava molhado. Esta estrada é também conhecida por ter locais onde o chão nunca seca, o que garante um pouquinho de lama pelo caminho.

Logo nos afastamos do pessoal que começava a pedalar a partir daí e fomos embora. Fiquei um pouco para trás e só fui encontrar o Antonio e o Rogério uns 20 km para a frente, no meio daquela serrinha que tem no começo. Paramos um pouco, comemos umas frutas, pão, gel e jogamos um pouco de conversa fora. Logo a seguir pedalamos para ver se achávamos o final da serra. Os dois imprimiram um ritmo mais forte e logo não os vi mais a minha frente.

Continuei no meu ritmo e alcancei e ultrapassei o Laudir, que estava bem descansado (foi de van). Mais um pouco e o Junior juntou-se a nós. Paramos em um boteco de beira de estrada para esperar a turma que ficou para trás, mas o Laudir saiu embora e um pouco depois foi a minha vez. Estas paradas são péssimas e acabam quebrando o ritmo do pedal. Prefiro continuar a pedalar até a exaustão do que relaxar e não poder seguir o caminho, como já aconteceu outras vezes.

A próxima parada seria em Tagaçaba. Cheguei lá e não tinha mais ninguém. Tomei um refrigerante, comi o restante do pão que havia levado coloquei água no camelbak e fui embora. Pedalando e pesando na vida, pensando na vida e pedalando.

Como estava com o gps, podia saber quanto faltava para chegar, o que foi animador,apesar do cansaço estar diminuindo o ritmo cada vez mais. Logo cheguei ao mirante, e não via a hora de chegar em uma bar para comer e beber algo.

Guaraqueçava vista do mirante.

Guaraqueçaba vista do mirante.

Chegando lá quem disse que o boteco estava aberto? Tudo fechado. Não sei se é costume fechar perto da hora do almoço, mas foi duro, depois de descer a serra do mirante sonhando com uma coca-cola e um pão com queijo e salame.

A minha lindinha!

A minha lindinha!

Do mirante até a entrada para a estrada que leva ao Salto Morato seriam apenas 6 km e mais uns 15 – 16 km para chegar no destino, então era só continuar a pedalar. As subidas fortes ficaram para trás seria apenas o cansaço que poderia atrapalhar. Lembro-me do ano passado, quando fiz somente a parte de terra, que justo por aí que eu quase preguei. Mas este ano eu iria acabar, ah se iria.

Passei pela estrada que leva a São Paulo, mais precisamente a Cananéia, outra roubada que iremos fazer até o final do ano. Agora, cada vez mais perto até o ritmo da pedalada aumenta. Logo cheguei em uma bifurcação, que inclusive aparecia no gps, mas escolhi ir pela esquerda, um trajeto mais longo, mas é o caminho original. Na volta fizemos este, o da direita, que vem beirando a baía, com um visual incrível, o que me fez me arrepender da escolha.

Pronto, estava em Guraqueçaba, depois de pedalar 165,5 km pelo ciclocomputador,um pouco menos pelo gps. O pessoal que chegou antes já estava no restaurante do Barbosa, e foi só subir uma escada, sentar-se à mesa e comer uma deliciosa comida, aquela que eu vinha sonhando durante o caminho. Era frutos do mar, mas para falar a verdade eu preferiria um belo churrasco, fazer o quê?

Guaraqueçaba

Guaraqueçaba

Mais algumas fotos da bela cidade de Guaraqueçaba.

Vista do trapiche.

Vista do trapiche.

A porta do antigo mercado.

A porta do antigo mercado.

Para saber mais: Visite Guaraqueçaba.

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