
Ciclofaixa da Marechal Floriano
Segunda-feira, com a desculpa de lavar a bicicleta, fui almoçar na casa da minha mãe, em São José dos Pinhais. Tentei ser convencional e saí do Passeio Público pela ciclovia, até encontrar a Marechal Floriano, ali no Parolim. E a partir dali pedalar na ciclofaixa da Marechal, a lendária!
Este trecho da ciclovia é muito complicado: pedestres no centro (Mariano Torres), raízes e buracos do teatro Paiol em frente, carros e orelhão próximo do SEBRAE. Paciência, muita paciência.
Quando você chega na Marechal, perto do viaduto sobre a linha verde, vire-se interpretando qual o caminho a seguir. Fui pela lateral esquerda (sentido bairro) onde há uma calçada/ciclovia, sei lá. Ela acaba em um meio-fio. Do outro lado da avenida vi uma faixa vermelha pintada no chão. Finalmente encontrei a ciclofaixa da Marechal.

Aqui ela começa ou termina?
No seu começo ela tem duas mãos de circulação e é separada da via dos carros por tachões (tartarugas) o que dá uma pseudo segurança,uma vez que aquilo ali não te proteger dos motoristas bem intencionados das ruas curitibanas.
Logo mais, em frente ao Habib’s ela troca de lado. Simples assim. Uma faixa pintada de vermelho indica aos ciclistas que PAREM e atravessem. Como? Quando o trânsito der uma folga, uma vez que a preferencial é dos carros. Nenhum sinaleiro, nada. Apenas muitos PAREs pintados sobre a ciclofaixa, meio que para lembrar que você é um intruso ali. Na esquerda da via, agora em mão simples, a ciclofaixa é mais larga mas não ter permite ultrapassagem tranquila por outros ciclistas, tem de negociar.

Troca de lado: se vire para atravessar!
E assim ela segue até o Carmo, onde um ligeirinho pode te atropelar, pois as placas dizem para o ciclista se cuidar, lembrando, ali não é lugar para bicicletas. Dali para a frente, canaleta! A avenida vem sendo reformada, está em obras e sabe-se lá se terá a ciclofaixa. Bem, é menos estressante pedalar na canaleta, se cuidando dos ônibus, apenas. Isto é a minha opinião. Não se recomendar fazer isto e o risco é todo seu.
Na volta, encontrei pedestres, eles não têm calçada nas laterais das canaletas, só grama. Então, por que não andar no tapete vermelho lisinho? Claro, tem ciclistas na contra-mão também! O mais nonsense foi ver um senhor com duas muletas na ciclofaixa, pelos menos na direção correta 🙂 Ah, carrinheiros também gostaram da novidade! Enfim, aventura garantida. Quando chegar no terminal do Hauer, no sentido centro, vire-se para achar o caminho entre várias curvinhas feitas pelos técnicos da prefeitura! No mesmo lugar, porém no sentido bairro, mais uma troca de lado!
Assim foi a minha ida e volta a São José pela nova ciclofaixa da Marechal, que deixou de ser lenda, mas continua com problemas que poderiam ter sido resolvidos caso alguém da prefeitura andasse de bicicleta ou se tivesse algum resquício de inteligência.
Para completar, na ida um caminhão da Multiloja descarregava as mercadorias ocupando a ciclofaixa e parte da via, na boa, e pasme, mesmo irregular ainda liga o pisca-alerta!

Cidadania: eu posso, você que se dane!
34 quilômetros depois cheguei em casa. Boa parte do percurso sobre ciclovias e ciclofaixa. Poderia ser melhor, poderiam não existir se a civilidade existisse nas ruas. Mas, enfim, estamos evoluindo, quem sabe nos próximos anos tenhamos uma maior quantidade de ciclistas e o comportamento possa mudar.
Resume-se tudo isso em: Lamentável!
Não andei nela ainda depois de “pronta” mas a quantidade de pedestres na ciclofaixa é absurda. Nesta foto da Multiloja pode-se observar o estacionamento da própria loja, que é muito grande e cabe esse caminha lá dentro. A camarada além de parar em cima da ciclofaixa , para no meio da via e para quem conhece o local já percebeu o ligeirinho parado ali, como passar?
Complicada essa situação, porque a ciclofaixa está sem estrutura alguma e mal dá para chamar de ciclofaixa, né? Curitiba tem mais lugares para andar de bicicleta que a maioria das cidades, mas isso não significa que tenha lugares suficientes e que todos atendem à demanda e ao que seria o correto. Então, concordo que estamos melhorando, mas tem muito mais a fazer. De qualquer forma, registrar essas situações já é contribuir para a mudança.
Encarei a ciclofaixa da Marechal hoje. Aquelas mudanças de faixa acompanhadas de um “vire-se” não escrito são de dar dó. E ali no viaduto fiquei com vontade de chamar o Sr Scott para usar o teletransporte, hehe. Vi muitos ciclistas usando a canaleta do ônibus ao longo do trecho. E um ciclista trançando lentamente a ciclofaixa enquanto se equilibrava com uma mão no guidão e outra segurando uma Skol. A verdade é que a ciclofaixa é uma evolução. Porém, foi claramente “planejada” para uma satisfação momentânea dos ciclistas. Ciclofaixas deveriam ser projetadas por pedala, e não por quem usa o carro para ir ao trabalho. Ainda há muito o que fazer. E para exigirmos melhores condições de mobilidade urbana, precisamos, como ciclistas, fazer a coisa certa no trânsito. Porque tem muito, mas muito carinha de bike que faz uma bobagem atrás da outra.