
Melhor meme de mobilidade de 2021
A Agência da Bicicleta retuitou o Cycling Professor sobre a velha discussão sobre a quem pertence as ruas de uma cidade. Sabemos que, desde a popularização dos carros, as cidades forma adaptadas para o seu uso, largando os pedestres, ciclistas e outros a sua própria sorte. Só recentemente algumas cidades fizeram ou optaram por uma mudança nesse aspecto: Copenhague por exemplo, a Holanda de um modo geral. Curitiba, sempre tão pioneira, apenas transformou um única rua, em 1972, obra do visionário Jaime Lerner. De lá para cá, rendeu-se aos binários e na expansão das vias trafegáveis.
Todos fazemos sacrifícios.
Mas, voltando ao meme, reproduzido abaixo, ele faz uma provocação aos sacrifícios que todos fazemos ao usar uma rua e lista uma série de perdas que as crianças tiveram e têm:
- brincar nas ruas
- ruas seguras para ir à escola de bicicleta ou a pé
- caminhar para o parque
- atravessar as ruas
- brincar a noite
- independência
- qualidade de vida (na rua)
- qualidade do ar (nas cidades)
- etc.
Por outro lado, a lista dos sacrifícios que os carros/motoristas fizeram não mostra nada!

A mobilidade, que parecia ser ampla com o uso dos automóveis, cada vez é mais travada e complicada. Para garantir o seu espaço, mesmo que parado em um congestionamento, os motoristas preferem carros cada vez maiores (SUV). Se pudessem, colocariam tanques de guerra para circular. E o ciclista ganha, de vez em quando, um acostamento pintado com linhas vermelhas e nome de via calma, ou ciclovias tortuosas, como a recém inaugurada em Balneário Camboriú.

Fica claro e evidente que os planejadores urbanos não andam a pé ou se utilizam de bicicletas em seus deslocamentos. As vias calmas em Curitiba são boas, cobrem boa parte da cidade, mas competem com as canaletas exclusivas dos ônibus. Porque competem? Pela segurança, apenas. Quem já andou na via calma sabe que enfrentará pedestres e corredores andando por ela, carros fazendo a conversão em cima do ciclista, motoboys escapando do trânsito e andando no espaço reservado as bicicletas. E, claro, sem nenhum tipo de fiscalização. Todos fazemos sacrifícios.