Um pedal pedreira
Convite para pedalar com o Rodrigo é sinal de jogo duro. Literalmente. Lembram do pedal Curitiba – Castro, estrada do Cerne? A bola da vez é a estrada da Limeira, um pedal pedreira.
Claro que o da estrada da Limeira não poderia ser diferente. Mas eu já havia pedalado por lá, duas vezes, mas no sentido contrário, de Garuva para Morretes. Só lembrava que o down-hill, que agora seria uma subida, era bastante íngreme, porém mais curto que o do lado contrário (Garuva-Morretes). Pensei que seria fácil, apesar do tédio que é pedalar pelas planícies atrás da baia de Guaratuba, tomada por plantações de banana e arroz.
Mas as chuvas dos últimos meses, principalmente no litoral, fez brotar pedras na estrada. Segundo o Simepar, somente em 15 dias de março choveu 340 mm (http://twitter.com/simeparpr/status/10542817372). Parecia que a estrada era um leito seco de um rio de serra: cheio de pedras redondas e soltas. Uma maravilha! E tínhamos um coadjuvante de peso, o sol, o astro, não a cerveja!
Some-se a isto os poucos pedais que tenho feito ultimamente. Bem, pelo menos eu tive a desculpa de ser o companheiro do Matheus 😉 Desculpa esfarrapada! Mas eu esperava por ele em toda as sombras que apareciam na subida, até folha de bananeira servia. O lado bom, como bem disse o Matheus, era a paisagem. Não fosse ela teríamos voltado para casa, aliás, como o sábio do Markito fez!
Mas o baile segue, como os Sombra Bikers sempre dizem. E de sombra em sombra chegamos ao cume, ou passo para os montanhistas de verdade. O ponto mais baixo da serra é por ali, eu suspeito, então o nome de passo é o mais correto. O engraçado é que chegamos ao passo e ficamos tomando um fôlego, pois a cada curva a gente só descobria mais subidas. Então, pelo sim, pelo não, vamos descansar, vai que não acabou! Ouvimos umas boas gargalhadas, ali perto. Subimos na bike, pedalamos mais uns 30 metros e encontramos a tropa toda em uma sombra, se refrescando.

Diz o Stulzer que ele já escalou!
Mas como tudo que é bom acaba ou é caro, a turma resolveu descer, pois lá em baixo tinha um rio nos esperando, o rio Canavieiras, com uma água gelada e um bar. Seriam pouco mais de 12 km, facilmente pedaláveis não fossem as pedras. Tinha tanta pedra, que quando o pneu espirrava uma para fora, tinha fila das queriam voltar! Em uma destas eu dei uma pancada tão forte que até o o meu pé desclipou. E logo escutei o barulhinho típico de ar escapando pela câmara furada, uma Snake Bite.
Não fui o único, antes já haviam furados os pneus o Matheus e o Fabrício, e não parou por aí, tivemos o Gassner, o Matheus novamente e mais um, não sei de quem.
Finalmente chegamos ao rio. Lá estava o pessoal do Roda Livre, que foram de van até a entrada da estrada e só pedalaram em estrada de chão. Descemos correndo para a água, gelada que estava, mas boa demais para esfriar o corpo e lavar o suor e a poeira. De repente aparece o Gassner com uns sanduíches de pão com queijo e pão com queijo e linguiça, este apelidado de pão hidráulico, tanto era o óleo que escorria pelas mãos dos que se aventuram a comê-lo. Eu fui de vegan: só pão e queijo. E cerveja, por que tem vitamina B-12 e carboidratos na forma líquida.
Ali perdemos, ou ganhamos quase uma hora e meia de conversa e banho de rio. Logo levantamos o acampamento, pois o pessoal que iria pegar o ônibus em Garuva não podia bobear. O Rodrigo, o Matheus e eu tínhamos plano de ir até Guaratuba. Tínhamos, pois foi ficando tarde, as pedras não se recolheram e o ritmo caía a olhos vistos. Eu sempre esperando o Matheus, claro.
Finalmente chegamos a ponte pênsil, onde o Du encontrou um atalho ótimo: que tal trocar três quilômetros por uns 300 metros? O Rodrigo ficou nos esperando e ali decidimos chamar o resgate em Garuva, já que teríamos de pedalar no escuro e completamente esgotados.
Antes, algumas fotos do rio, muito caudaloso e que serpenteia de forma extraordinária, veja aqui:
Veja Rio Cubatão, Guaratuba em um mapa maior
Daí para a frente a estrada melhorou, não era lá uma brastemp, mas as pedras sumiram. Vieram o pó e algumas dezenas de caminhões levando bananas. Imagine só a poeira…
Escureceu e foi o tempo de chegarmos em Garuva com as meninas nos esperando, ufa! Pedi para a Patrícia comprar um Gatorade e uma água mineral, que foram prontamente bebidos. Somei o tanto de líquido que ingeri e passou dos cinco litros, mesmo assim não foi o suficiente para manter-me hidratado. E aí já viu, desidratado o corpo não rende nada, vem dor de cabeça e calafrios. Limeira só no inverno, não é Rodrigo?
Números do pedal:
- Tempo parado: 5 h 01 min;
- Pneu girando: 7 h 20 min;
- Quilometragem: 131,20 km;
- Ascensão: 1104 metros.
Se não fossem as paradas, seria rápido!
Track para GPS:
Estrada da Limeira, Curitiba, Morretes sentido Garuva no EveryTrail
Mais relatos:
Gostei da desculpa para a cerveja 🙂 – mas com certeza foi merecida assim como o banho no rio. Abraços
Boa Galera!! Os créditos desse atalho são todos para um morador lá do Rio Canasvieras que nos viu em fase final (outrora) e sugeriu! Que muitos outros aproveitem isso! Era uma boa entrar no próxima versão do Tracksource!
É verdade, convite do Stulzer tem sido pedreira e barro. Não tem meio termo!
@du vou enviar o trecho como trilha de bicicleta, espero que logo esteja disponível. O pior é que a continuação da estrada, em Garuva, sumiu do mapa!
[…] relatos: Luiz, Renato e […]
Valeu Renato! E com certeza, Limeira da próxima, só no inverno! E de preferência sem pedras 🙂
Pelo visto foi um pedal pedreira mesmo, em todos os sentidos.
Eu fiz tudo certo: na sexta-feira lavei e lubrifiquei a bike; coloquei uma relação zerada, incluindo as coroas grande e média do pedivela; comprei gel e gatorade; preparei meu “kit de sobrevivência para pedais acima de 100 km”; acordei às 4:30 da madruga, tomei café, e, às 5:20 parti muito feliz, mas….
Após 15 km de pedal meu selim estava fazendo um barulho infernal, parei pra olhar mas não deu pra identificar se quebrou, se gastou, sei lá. Aí, com receio, decidi não continuar, barulho por si só já me tirou todo o ânimo, eu não ia fazer 160km com um “reco-reco-reco” no meu ouvido, sou muito chato e não suporto esses ruídos.
Vou ter que comprar um selim novo e aguardar o próximo pedal.
Parabéns pra galera que participou da aventura, imagino que o calor que fazia na estrada da limeira deve ter judiado da turma. Assim como o Renato (não do verbo comer! 😀 ), já fiz esse trajeto duas vezes no sentido Garuva-Morretes, e é de desidratar mesmo, esse pedal é ótimo para o inverno.
Abraços!
@Marcos, você fez falta! Agora, o pedal foi terrível e não é a primeira vez que me desidrato feio na Limeira. A gente se engana com o relevo é soca a bota e esquece de reidratar. Lembra da primeira vez que o Mildo foi para lá? Eu pedi resgate ali no rio Canavieiras! Vergonha!
Pois é Renato, eu nunca me desidratei tanto como naquela vez, por mais que ingerisse líquidos parecia que meu organismo não absorvia na mesma velocidade em que transpirava. No fim até o Dentinho passou mal e nem almoçou. Terminei aquele pedal de teimoso mesmo.
parem de reclamar seus pançudos!!!! da proxima quero ver todos sorrindo e felizes,,
pedalzinho NIVEL MÉDIO,,!!!!
hhhahahahahahah
mooooooooooooooove
Mildão, quando eu crescer quero ter uma pança igual à tua !!! 😀
Olá Gente Boa!
Meu nome e Eduardo sou de Paranaguá, também pedalo, sempre vou para Guaraqueçaba, praias e Ctba, e galera daqui com quem eu pedalo estará fazendo este trajeto de Garuva agora em novembro, gostaria de saber de alguem de vcs se a ponte pensil é facil de acha-lá e tambem qual o trajeto pior Guaraqueçaba ou Garuva.
Grato.
[…] Outros relatos: Luiz, Rodrigo Transpirando, Renato Pedaleiro […]