Ainda a pracinha do Batel
Está dando pano prá manga! Na edição de hoje da Gazeta do Povo, na seção de cartas temos esta pérola:
Nunca vi tanta discussão por causa de uma pracinha. Será que é por que esta num bairro nobre? Só porque é no Batel, a praça ficou importante? O que tem de ser feito é o que interessa para a cidade. Para se construir usinas, às vezes cidades desaparecem. Se para melhorar o trânsito é preciso cortar a praça, que se corte a praça!
O blog Solda Cáustico vem encabeçando a luta contra a sandice do alcaide de Curitiba: Pracinha do Batel – moção do Cabo Grama’s Club, A luta continua Cruelritiba, Deu no jornal. Ele entendeu tudo errado, Velório da praça.
Conforme o pensamento obtuso da leitora da Gazeta do Povo devemos ceder ao inevitável avanço do progresso! Não é isto que está em jogo. Na mesma edição do jornal, na página Nostalgia, de Cid Destefani, ele usa as seguintes palavras:
A importância do automóvel supera de longe a estima pelo pedestre, principalmente para aqueles que não tiram o traseiro do banco do carro.
O que se está perdendo é o ponto de vista do cidadão pedestre, aquele que ainda anda com suas próprias pernas e não tem grudado ao seu traseiro um banco de automóvel. As cidades, lentamente, vem cedendo os seus espaços aos carros e a população assiste a tudo isto de forma pacífica. Então a discussão sobre a praça do Batel é muito bem vinda. É não é somente por que é o Batel. Temos inúmeras praças atravancando o deslocamento dos carros. Se perdemos esta, logo outras serão retiradas.
Para saber mais:
- Fórum Onda PRC
- Batel
- Reformulação viária no Batel discutida com a comunidade
- A praça do Batel será dividida em duas
- Montes Ribeiro: um educador
Antes que achem alguma coisa, não, não gosto do bairro Batel, mas defendo uma cidade pensada para o cidadão, não para o automóvel.
Pedaleiro,
parabéns pelo post. Mostrou bem a discussão que está havendo em torno deste espaço público. Escrei tb sobre isto e citei vc no meu blog:
http://meandros.wordpress.com/2007/05/24/o-jacare-a-pracinha-e-a-bicicleta/
Abraço!
A polêmica da pracinha não tem sentido. É igual à polêmica de quando a XV foi criada, só que muito mais baixa. Coisa típica de gente que não lê a proposta até o final e já sai dizendo que é contra.
Sou pedestre e a favor do corte da praça. A praça não vai ser destruída, e mesmo que fosse, já perdeu sua característica de “recanto de sossego” há muito tempo por causa do trânsito estúpido que obriga o motorista a contorná-la duas vezes pra atravessar de uma quadra a outra.
O trânsito ali é infernal, acaba com a vontade de qualquer um passar perto.
Nilana, você mesmo disse que o trânsito é infernal. É ele e não a praça quem tem de mudar. Já imaginou se a moda pega?
É claro que o trânsito tem que mudar, que as pessoas podiam andar menos de carro, etc etc., mas bem que podiam ter pensado nisso antes de criar os carros populares. hem?? Mas querer que isso mude a essas alturas é meio utópico, né?
Agora, o fato dos carros não ficarem ali PARADOS fazendo voltinhas pode ser mudado. O pior de tudo é essa polêmica besta ter virado foco de rivalidadezinha política, me surpreende muito pessoas que teoricamente receberam boa educação para desenvolver seu espírito crítico caiam numa jogada dessas.
PS vc viu quem são os “ATLETAS” que estão por trás da história toda??? No blog do próprio Solda??
O dia que eu vir o Greca caminhando por ali e respirando BEEEEM FUNDO na hora do rush, engulo o argumento da “cidade dos carros”. HUAHUAHUAHUAHUA…
é MUITA cara de pau, viu.
Nilana, não tem como não te dar razão! Mas, estes caras estão pegando uma carona, apenas. E arrumaram um bom palanque, tanto que já viraram charge.
Quanto a utopia, é ela que oxigena os que esperam por mudanças. Se entregar, achar que está tudo definido e que devemos nos acomodar com o que está aí, isto sim é o fim. Sorria e pedale de vez quando, aposto que você vai gostar!
Os carros 1000 são resultado do apoio do governo, que desde JK, só vê a indústria automobilística como solução. Na verdade, muitos problemas atuais vêm justamente da grande quantidade de carros nas ruas. Mas apenas os carros não são os únicos problemas, temos os que os dirigem. Juntando estes dois fatos temos uma incrível máquina de matar e poluir. Sou motorista de carro e posso te afirmar que mudei muito a minha maneira de guiar após começar a pedalar. Passei a respeitar os pedestres e ciclistas, mesmo não concordando com o comportamento de alguns deles.
Concordo com você novamente: isto é por demais filosófico e utópico querer que o comportamento da massa mude de um dia para outro. Mas não custa tentar!